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ENTREVISTAS


Por ocasiao da visita feita pelos economistas e professores, doutores: José Ribamar Silva Campos; Antônio Pádua Carvalho e Sebastiao Caetano de Freitas na Mariápolis Araceli e ao Polo Industrial 'Spartaco Lucarini', esses ilustres senhores, sendo o primeiro: professor da Universidade Estadual do Maranhao e Conselheiro Presidente do Conselho Regional de Economia do mesmo Estado; o segundo: professor de Economia da Universidade de Terezina e membro do Conselho Regional de Economia e o último, presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul e professor de Economia na Universidade do mesmo Estado, e tivemos a oportunidade de entrevistá-los a respeito do Projeto por uma Economia de Comunhao na Liberdade.

Eis suas impressões:

Antônio Pádua de Carvalho 'Vejo a credibilidade do projeto devido à sua atuaçao concreta, que nao é filantropia mas produtividade, tendo a pessoa humana no centro e cumprindo as obrigações sociais sem subtrair da sociedade. Também tudo é feito com o 'pé no chao'. As empresas sao iguais umas às outras (produtividade, competitividade, economia de mercado), o que distingue é a apropriaçao dos lucros, que nao fica no bolso do empresário somente, mas tem uma finalidade social. As outras empresas, além de sonegarem impostos, espoliando assim a sociedade, ainda exigem do governo que faça o treinamento do seu pessoal. Digo também que a empresa deve ser viável em todas as suas fases: se esperar chegar ao 'pico' para ser viável, significa que nao é, mas se já é viável desde do início, mesmo sem ter atingido ainda 100% de sua capacidade, chegará ao pico. Isso eu vejo atuado aqui'.

Sebastiao Caetano de Freitas 'Quando eu vim para cá, pensei que iria ouvir falar de uma teoria e o que vi foi um projeto atuado. Sempre me questionei sobre as falhas do capitalismo e do comunismo e aqui encontrei uma terceira via. Saliento ainda a importancia do homem como centro do processo, do comprometimento do pessoal em todo o processo produtivo da empresa, porque a produtividade é fruto desse envolvimento'. Outrossim, deixou, aos responsáveis deste projeto no Brasil, um convite para irem apresentá-lo na Universidade do Mato Grosso do Sul, colocando-se a disposiçao para encontrar patrocínio para cobrir as despesas de viagem e de hospedagem. Levou consigo material para a divulgaçao em um jornal de Economia.

José Ribamar Silva Campos reafirmou as impressões dos seus colegas salientando que a prática demonstra a viabilidade do projeto. 'É este o caminho' afirmou.

Entrevistamos também os doutores e professores Dr. Alberto Ferruci, durante sua participaçao no Congresso Anual do Bureau Internacional da Economia e do Trabalho, nos dias 11 e 12 de junho de 1999 e a Professora e Socióloga do Instituto Misticis Corporis - Florença, Itália - Vera Araujo e do Professor Dr. Luis Antônio de Araújo Pierre da Faculdade Sao Luis e cujas respostas, encontram-se com os seguintes títulos: "Economia de Comunhao na liberdade", "Existe uma terceira via?" e "qual o futuro do neoliberalismo?", respectivamentes.

Suas respostas sao alguns dos nossos argumentos usados para analisar os pressupostos hipotéticos, bem como, também apresentamos em anexo - onde concluímos as nossas hipóteses - com a demonstraçao de resultados através do trabalho apresentado pela FEMAQ - Fundiçao, Engenharia e Máquinas no CONAF'95 sob o título que tomamos emprestado: 'Treinando a sabedoria do compartilhar na administraçao de novos tempos' - Aumentado a Produtividade em Época de Turbulências.







1.1 - NAO EXISTE UMA TERCEIRA VIA?


Esta pergunta dirigimos a Professora e Socióloga Vera Araújo:

"Estudei com grande interesse a Centesimus Annus. Porém, andei lendo um livro onde me impressionou a afirmaçao de que, infelizmente, nao existe uma 'terceira via' (em substituiçao ao capitalismo e ao socialismo). Ora, se bem entendi a encíclica, creio que o Papa, depois de condenar os erros do capitalismo e do socialismo, propõe claramente uma 'terceira via' quando fala de uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participaçao.

Fiquei ainda mais perplexa quando li, no número 43 da encíclica, que a Igreja nao tem modelos a propor. E penso no Focolare e em outros movimentos cristaos leigos, que se inspiram na primitiva comunidade descrita nos Atos dos Apóstolos, onde tudo era colocado em comum. Este nao é um modelo válido e convincente?

O que se entende por 'Terceira Via'? A expressao tem um significado bem definido. O Papa Joao Paulo II afirma na sua carta encíclica Sollicitudo rei socialis: 'A Doutrina Social da Igreja nao é uma 'terceira via' entre capitalismo liberalista e coletivismo marxista, nem sequer uma possível alternativa a outras soluções menos radicalmente contrapostas: ela constitui por si mesma uma categoria' (no 41).

Mais claro do que isto nao se pode falar. Mas, procuremos explicar um pouco melhor. O capitalismo e o marxismo coletivista sao dois modelos econômicos que se inspiram em duas visões do homem e da sociedade. Do século passado em diante, esses modelos dominaram grande parte do mundo, dando depois origem a várias ideologias. O que o Papa quer dizer é que a doutrina Social da Igreja nao é uma ideologia que pretende competir com outras ideologias. Com efeito, ele diz: 'Ela pertence, por conseguinte, nao ao domínio da ideologia, mas da teologia e especialmente da teologia moral' (no 41). Entao a que serve? 'A sua finalidade principal é interpretar estas realidades, nas quais vive o homem na sociedade, examinando a sua conformidade ou desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho sobre o homem e sobre a sua vocaçao terrena e, ao mesmo tempo, transcendente; visa, pois, orientar o comportamento cristao' (no 41).

É exatamente isto que faz a Centesimus Annus. Ela examina e avalia os sistemas econômicos vigentes. Aponta os erros do marxismo sob o aspecto antropológico e econômico mas confirma que, sob muitos destes erros, se esconde um desejo de valores verdadeiros. Faz o mesmo com o capitalismo, mostrando as qualidades e os defeitos da economia de mercado.

Em seguida indica princípios. É verdade que oferece até mesmo explicações detalhadas, mas nao é um modelo alternativo.

Entao, nao existem modelos alternativos? Agora, neste exato momento, nao; mas eles poderao surgir no futuro. O capitalismo e o coletivismo marxista sao obras dos homens. Cabe aos homens inventarem novos modelos econômicos que apresentem maior conformidade com uma visao do homem, da sociedade e da história, que seja mais digna e mais coerente com a verdade.

É isto que procura fazer o Movimento dos Focolares; refiro-me à 'economia de comunhao', da qual temos falado em Cidade Nova e cujas inspirações e desenvolvimentos concretos convido a leitora a acompanhar. Refiro-me ainda àquilo que fazem outros movimentos cristaos e nao-cristaos. Sao 'experimentos' que futuramente podem tornar-se verdadeiros modelos econômicos.

Entao poderá nascer nao tanto uma 'terceira via' (este termo está desgastado pelo uso com fins ideológicos) mas uma nova via, ou melhor, novas vias, porque a construçao da 'cidade terrena' está aberta ao futuro, à esperança e à laboriosidade de todos os que acreditam em Deus e de todos os outros homens de boa vontade.

O mito comunista caiu; mas o capitalismo também nao satisfaz."

l.2 - "ECONOMIA DE COMUNHAO NA LIBERDADE"


Ao Dr. Alberto Ferruci, solicitamos que nos falasse a respeito do assunto propriamente dito - Economia de Comunhao na Liberdade:

"Com a proposta da economia de comunhao, Chiara Lubich convida para uma leitura diferente das motivações humanas e, conseqüentemente, do verdadeiro motor das atividades econômicas. Em lugar do lucro, ela coloca no centro o homem e a sua felicidade; uma felicidade que nao pode divorciar-se da felicidade dos outros seres humanos que o cercam.

Uma economia baseada na participaçao dos lucros nao só entre os que trabalham na empresa ou que nela investiram os próprios talentos e poupanças, mas também entre outras pessoas necessitadas: os pobres, os últimos da sociedade. Uma economia que encoraja a todos - mesmo aqueles que, segundo o pensamento geral, nada têm para investir - a entrarem no sistema econômico com pleno direito, na qualidade de 'pequenos acionistas' das empresas, cuja propriedade está distribuída entre muitas pessoas; uma economia que, embora mantendo a propriedade privada de cada um, impede o super-poder do capital sobre o trabalho, pois as empresas devem ser dirigidas por pessoas com gosto e talento para desenvolvê-lo, e nao por pessoas que, por razões diversas, sao mais do agrado do acionista majoritário.

Trata-se de uma economia viável, se posta em marcha no contexto de uma atmosfera dominada por valores humanos, pela amizade entre as pessoas, sociedades e nações que decidem participar juntas, subscrevendo em seu coraçao, em seus estatutos e em suas constituições um compromisso de crescimento mútuo, sem excluir ninguém.

Portanto, nao se trata de novos conceitos para o homem e para o mundo. Também os recursos de uma família sao de toda a família, e neste caso é natural que sejam utilizados por pessoas diferentes daquelas que os ganharam. As atividades dos filhos sao diferentes; o trabalho deles, em geral, é representado pelo estudo. No entanto, todos sao iguais em dignidade. Nas famílias antigas, e em algumas ainda hoje, há inclusive espaço para a adoçao de um órfao e para a ajuda aos necessitados, parentes ou nao.

Em cada país há regiões mais ricas e regiões mais pobres, e é normal que o governo destine mais recursos para o desenvolvimento das mais atrasadas; ou que o governo conceda tratamento fiscal privilegiado às regiões em dificuldades, sem que por isso as regiões mais prósperas se sintam injustiçadas.

O que falta no mundo de hoje é a difusao desta solidariedade já aceita - ainda que de modo nao perfeito na família, na sociedade e dentro das nações - também em nível mundial, segundo uma nova regra: considerar também a pátria do outro como se fosse 'nossa', como consideramos 'nossos' os familiares e 'nossas' as regiões da nossa pátria.

É preciso adquirir um senso de responsabilidade global pela sorte da humanidade, assim como nos últimos anos foi adquirido, em relaçao ao futuro da natureza e do Planeta. Hoje, por exemplo, todos sabemos que o destino das florestas tropicais diz respeito a nós todos, inclusive pela sua influência determinante sobre o clima de todo o Planeta."


- Como se realiza a 'mais-valia' da comunhao ?


"A economia de comunhao nos convida a produzir riqueza sem subtraí-la de outros, mas fazendo com que todos a produzam. Produzir riqueza nao apenas através do trabalho físico e intelectual do homem, mas também por meio da criatividade e da capacidade de identificaçao com as exigências dos outros, como 'mais-valia' da unidade; unidade de objetivos que nasce de uma colaboraçao harmônica. Esta é uma chave de leitura nova que poderá desencadear também uma nova criatividade, integrando profissionalismo e talento, recursos tecnológicos, propriedade e poupança, unindo exigências e disponibilidades produtivas, em nível nacional e mundial, entre todos os que quiserem tentar essa nova experiência."


- Quem sao os destinatários do trabalho ?


"A economia de comunhao convida-nos a privilegiar as relações com 'os destinatários' do nosso trabalho: é para eles que trabalhamos, é para eles que produzimos. Hoje o mundo inteiro é todo interdependente, compõe-se de uma multidao de homens e mulheres - em sua grande maioria a nós desconhecidos - que trabalham para nós. Há aqueles que cultivam a terra, que transportam os produtos até bem perto de nós, que buscam energia nas profundezas do oceano; existem os que estudam durante anos e anos para encontrar o tratamento que, no momento certo, poderá salvar nossa vida; há aqueles que, à noite, na torre de controle dos aeroportos de um país desconhecido, comunicam a rota adequada ao piloto do nosso aviao, transportando-nos de um lado a outro do oceano, enquanto dormimos, etc.

A economia de comunhao propõe o trabalho a serviço dos outros, que sao todos nossos amigos: contra um amigo nao lutamos, de um amigo nao nos defendemos; entre amigos é possível estabelecer uma economia de comunhao na liberdade; liberdade feita também da possibilidade de cada um dispor livremente dos recursos que ele próprio 'criou' com o seu trabalho."


- Como se realiza o trabalho na empresa ?


"A fim de entrar no clima de sincero esforço para crescermos juntos é, porém, necessário que nos libertemos da perspectiva unilateral na qual a visao economicista da realidade nos quer manter presos. Segundo tal perspectiva, o único fator que motiva a atividade do homem é a aspiraçao do ter, que na atividade econômica se transforma na exclusiva busca do lucro.

Os resultados econômicos de uma empresa sao efetivamente melhores quando seus dependentes estao afinados entre si, quando compreendem o valor de partilhar as próprias experiências (ao invés de verem o outro como um obstáculo à própria ascensao profissional e, por isso, crerem ser melhor esconder os conhecimentos para que ele nao tire vantagem disso).

Os resultados de uma empresa sao indubitavelmente melhores, quando ela dispõe de trabalhadores capazes de criar para a empresa, além dos lucros que aumentam o capital monetário, também um patrimônio de atitudes marcadas pela colaboraçao, pelo profissionalismo, pela atençao às exigências do cliente, por um sério controle da qualidade dos produtos.

Se os trabalhadores forem capazes de criar e manter a harmonia - inclusive na disposiçao dos escritórios, na organizaçao de suas mesas de trabalho, nos laboratórios, nas oficinas - a empresa adquirirá um estilo próprio que se tornará um emblema determinante para o cliente no momento em que este deverá decidir a quem entregar novos pedidos. Pois, na verdade, ele estará preocupado nao só com o preço, mas também com a qualidade do produto, com o tempo de entrega etc. A imagem de harmonia e ordem na maneira de trabalhar, aliada à demonstraçao de confiabilidade e dedicaçao com que o trabalho é executado, terao peso determinante - por vezes até maior que o preço reduzido do produto ou serviço oferecido - no momento da escolha do fornecedor.

Tudo isso significa que, junto com o 'capital monetário', o estilo de convivência e o modo de se relacionar dos trabalhadores entre si, e destes com os clientes e fornecedores, contribui para fazer crescer um componente todo especial do capital da empresa, um componente que é imaterial, mas igualmente concreto: é o 'capital-símbolo' da empresa. Em tal ambiente, os trabalhadores se sentirao realizados, atraídos nao tanto por um salário mais elevado que em outros lugares, mas também por sentirem que neste trabalho poderao utilizar todos os seus talentos, sem reservas ou incertezas, seguros da confiança e da solidariedade da empresa diante de qualquer risco que eles possam assumir por ela ao comprometer-se na realizaçao da estratégia empresarial.

Uma empresa dessas obterá resultados surpreendentes, como é surpreendente o raio laser. Num cristal, quando excitado eletricamente, os elétrons movem-se de maneira desordenada, emitindo, com seu movimento, uma modesta luz em todas as direções. No entanto, se estes elétrons forem orientados todos da mesma maneira, como ocorre no laser, eles somarao suas energias e formarao um único raio capaz de cortar até o aço. Analogamente, a mesma determinaçao de um grupo de pessoas acrescenta à normal criatividade do responsável da empresa a criatividade diversificada e valiosa dos colaboradores em todos os níveis, transformando os trabalhadores em verdadeiros 'artistas'."













1.3- "QUAL O FUTURO DO NEOLIBERALISMO?"


Ao Professor Luis Antônio de Araújo Pierre, da Faculdade Sao Luis, perguntamos:

"Qual o Futuro do Neoliberalismo?"

Eis suas idéias e resposta:

"Para quem acredita nos valores da ética e da justiça, a proposta neoliberal está definitivamente ultrapassada e deve dar lugar a uma economia social e ética, que tenha como objetivo a dignidade do homem.

O liberalismo nasceu sob o signo da liberdade e com raízes no individualismo. Como se conhece da história, o grito de liberdade da Revoluçao Francesa partiu da burguesia, que já se encontrava livre e que jamais se preocupou com a recuperaçao social dos oprimidos e 'nao livres'.

Desta primeira e fundamental contradiçao do liberalismo, nasceram e se desenvolveram as demais contradições e os seus pilares: o individualismo com super valorizaçao do egocentrismo; a liberdade sem limites e sem restrições como valor máximo; a inadmissibilidade de qualquer ingerência do Estado na vida da sociedade.

Nesta concepçao ideológica, onde se considera suposto que todos os homens têm as mesmas chances e possibilidades, criou-se uma sociedade desumana e injusta. Isto se constata pelos frutos colhidos até hoje com a implantaçao do liberalismo e se explica pelos erros concebidos em sua base, ou seja: 1o) o indivíduo nao pode prescindir da sociedade e do Estado para desenvolver-se de forma equilibrada, nem pode prescindir do transcendental para seu desenvolvimento integral; 2o) a liberdade possui limites para que todos a possam usufruir. Dizia Alceu de Amoroso Lima que a liberdade sem limites é a negaçao da liberdade e que o limite da liberdade é o respeito; 3o) como a sociedade, na realidade, é composta de fracos e fortes, ricos e pobres, e sendo que os fracos e pobres sao a grande maioria, a intervençao do Estado nas questões que possam colaborar com o equilíbrio social é necessária.

O liberalismo, como sistema, e seu filho econômico, o capitalismo, sustentam, como modelo, uma organizaçao de sociedade onde existe uma pequena classe com grandes privilégios e uma grande massa sem privilégio nenhum.

Entre os pontos basilares do capitalismo se destacam:

- o direito de propriedade privada irrestrita;

- os lucros revertidos somente ao capital;

o livre funcionamento de mercado.

Seus equívocos:

- o homem conscientizado do valor de sua força de trabalho nao aceita o irrestrito direito de propriedade, cobrando a sua participaçao;

- como conseqüência dessa participaçao, o lucro nao pode beneficiar somente o capital;

- o livre funcionamento do mercado provou sua ineficiência e criou grandes injustiças e desequilíbrios sociais.

Os anos 'áureos' do capitalismo fizeram com que os privilégios antes concedidos aos senhores feudais, fossem transferidos para os senhores capitalistas. Formou-se uma nova casta privilegiada que se perpetua no poder econômico.

Esta casta, prevendo as modificações que podem ser ocasionadas pelo clamor das populações carentes e oprimidas, anunciou, há algumas décadas, a 'grande novidade': Abaixo o liberalismo e o capitalismo (fracassados desde o nascimento como sistema e modelo de justiça e normalidade social). Viva o neoliberalismo e o neo-capitalismo!

Tudo mudou, nada mudou! Há uma certa tolerancia em relaçao aos sindicatos e as leis trabalhistas, e limitada intervençao do Estado. Porém, o individualismo alimentado pelo consumo, o direito de propriedade sem restrições e o capital como hegemonia, continuam como verdades fundamentais.

Atenuam-se as regras liberais e capitalistas, mas as bases filosóficas e econômicas ficam. Permanece a essência de ambos. Vale lembrar a publicaçao de Tendências / Debates da Folha de S. Paulo em 31/1/92: A eventual vitória de Bill Clinton p>e em xeque a política neo-liberal?

Luciano Martins, professor da Unicamp, considera que o neoliberalismo é hoje mais um rótulo que um conceito; que Bush e Clinton nao podem divergir tanto entre si, porque os EUA sao uma potência em declínio em meio à expansao do capitalismo em plano mundial.

Para Joao Mellao Neto, ex-secretário de Habitaçao e Desenvolvimento Urbano do município de Sao Paulo, o neoliberalismo continua sendo a doutrina vigente em todo o mundo civilizado. Faltou apenas o ex-ministro dar o seu conceito de 'mundo civilizado'.

Paulo Sérgio Pinheiro, professor da USP, acredita no grande desgaste do neoliberalismo e escreve sobre a devastaçao social produzida pelos governos americanos nos últimos anos: A pedra de toque neo-liberal segundo a qual o Estado é um instrumento inadequado para resolver problemas, fez aumentar o número dos sem-teto, de pobres na rua, e deteriorar as condições de vida nos guetos negros para os quais o mercado muito pouco serve. A expectativa de vida no Harlem, bairro negro ao norte da ilha de Manhattan, é hoje menor do que no Bangladesh.

Os programas de Clinton prometem uma série de ajustamentos na política econômica que deverao dar condições para 'reinventar o governo'. Pura retórica? Em termos, pois o horror neo-liberal a programas de assistência e o culto do mercado vieram para ficar.

A proposta dos EUA sempre foi a mesma: privilégios internos e miséria externa.

Contudo, nao obstante essa política, até mesmo nos EUA se vê aumentar sempre mais a miséria interna. Sao 36 milhões (15% da populaçao) na pobreza, enquanto 36% da riqueza está nas maos de 71 bilionários.

Situaçao bem diferente de dez anos atrás, quando os pobres eram 15 milhões e 20% da riqueza estava concentrada nas maos de poucos, ou do início do século XIX, quando havia condições de igualdade generalizada entre a populaçao americana e todos possuíam suas pequenas propriedades.

O neoliberalismo e o neo-capitalismo fracassaram em seu templo: os EUA.

Com o déficit público recordista, o povo americano só nao é atingido de forma mais violenta, porque muitos outros países pagaram a conta.

A aparente incapacidade dos EUA de criarem um modelo econômico que possa resolver seus problemas básicos, explica-se pela absoluta resistência a qualquer perda de seus privilégios.

Além da resistência às mudanças, temos, ainda, o patrulhamento capitalista. Os que nao acreditam na vitória do capitalismo sao considerados incautos, despreparados. O neo-capitalismo que cultuava o mito do 'milagre do desenvolvimento' passa para o 'mito do mercado '.O ex-ministro Delfim Netto, admite que o mercado funciona, mas os economistas lhe atribuíram aspectos mágicos, culpando os brasileiros pelo fracasso do mito: A inocência com que certas pessoas acreditam na mística do mercado é um dos aspectos da personalidade brasileira, a sua profunda religiosidade. Porém, opina o teólogo leigo Jung Mo Sung, a mística do mercado está presente na teoria econômica burguesa desde Adam Smith. Nao foram os brasileiros que a inventaram.

O fundamental nao é somente fazer o mercado funcionar; é preciso que ele funcione, mas também que diminua o desemprego, a fome e a morte prematura por desnutriçao; que ele dê oportunidade para que os homens possam viver com dignidade. Para os neo-liberais o centro da sociedade nao é o homem mas o mercado, e a nós caberia idolatrá-lo para que a 'liberdade' cresça sob os auspícios das leis de mercado.

Os efeitos positivos da livre concorrência sao facilmente anulados pelos holdings e cartéis. E cai por terra o ídolo capitalista.

Os EUA, praticantes da livre concorrência, ameaçam a comunidade européia com retaliações econômicas porque nao conseguem competir em condições de igualdade. O capitalismo, em sua forma original, foi o causador de tremendas injustiças, sem conseguir provar as suas teses. O neo-capitalismo nao consegue maior sucesso.

Por fim, o neo-capitalismo peca também na sua terminologia. Com suas modificações e com as mudanças da sociedade, o senhor da economia nao é mais o capital. A tecnologia, o trabalho especializado, a criatividade empresarial passaram a ter mais importancia que o capital. Assim sendo, até em sua denominaçao, o neo-capitalismo está superado.

Friedrich A. Von Hayek, Prêmio Nobel de Economia em 1974 e um dos papas do neoliberalismo, admite: Esses fenômenos complexos como o mercado, que dependem das ações de muitos indivíduos, dificilmente serao de todo conhecidos e analisáveis algum dia.

Se o mito do capitalismo e do neo-capitalismo é o mercado, e este é, para eles mesmos, complexo e de difícil análise, como acreditar na sua viabilidade por regras próprias?

Comentando o objetivo de economias éticas e sociais, na busca da justiça, Karl Popper diz que a tentativa de trazer o céu para a terra invariavelmente produz o inferno. Os valores mais elevados deveriam ser considerados em ampla medida como fora de agenda e deixados sob domínio do "laissez-faire".

Uma economia social e ética é o reverso da medalha da economia neo-liberal.

Enrique Iglesias, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento reconhece o fracasso dos modelos econômicos impostos à América Latina e recomenda novas experiências com prioridade para a ética.

A economia social e ética prevê:

- a intervençao do Estado sempre que houver necessidade para manter o equilíbrio social (preços, salários etc.), com especial atençao saúde, alimentaçao, moradia, educaçao e transportes;

- participaçao dos trabalhadores no lucro e na gestao da empresa, e na propriedade dos meios de produçao;

- salário justo para que o homem possa viver e manter sua família com dignidade;

- a hipoteca social que pesa sobre toda e qualquer propriedade privada enquanto houver fome e injustiça.

Em vista dos resultados obtidos até hoje, a proposta neo-liberal e neo-capitalista, por desconsiderar esses princípios, demonstra estar definitivamente esgotada.

Isso parece evidente especialmente para quem acredita nos valores da ética e da justiça, pois a economia social e ética tem por objetivo a dignidade do homem."



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